Circuito Desafiante 2025: “Você tem que ser a melhor”, diz Stellae Juny

Circuito Desafiante 2025: “Você tem que ser a melhor”, diz Stellae Juny

League of Legends

Das histórias presentes no Circuito Desafiante 2025, talvez uma das mais interessantes esteja na selva da Stellae Gaming.

A organização, que surpreendeu no primeiro split do Circuitão ao conquistar o terceiro lugar, reformulou sua line-up com Juny — tetracampeã da Ignis Cup — ao lado de Krastyel, Wos, Matsukaze e Kalec, todos ex-Liberty.

A oportunidade na equipe surgiu por indicação dos próprios jogadores, conforme revelou a jungler em entrevista exclusiva ao Mais Esports. Segundo ela, os veteranos que hoje integram a Stellae já a conheciam, e sua entrada na equipe aconteceu sem a realização de qualquer tryout:

O Kalec eu não conhecia, mas os players conheciam — foram eles que me indicaram pra jogar. Fiquei muito feliz, porque eles me conheciam e eu também conhecia eles. Nunca tinha trocado ideia, nunca tinha conversado assim, mas eles falaram que me achavam boa e que queriam me dar uma oportunidade.

Toda oportunidade vem acompanhada de expectativas — e, muitas vezes, de hate. Pela trajetória na Ignis, os comentários negativos direcionados a Juny costumam seguir um padrão. A jungler afirma que prefere ignorá-los, destacando que não é a única a passar pela situação:

Os haters que eu vi falaram umas coisas tão sem sentido. Sei lá… eu perco uma partida, e já falam: “nossa, claramente a Juny não tem nível pra jogar”. Aí eu ganho, e a pessoa não fala nada. Ela só apareceu lá pra xingar e depois some.

E eu sinto que isso não acontece só comigo. Os times também tomam muito hate — às vezes players específicos, às vezes o time inteiro.

Vendo live, parece que essas pessoas nem estão torcendo pra alguém. Elas só ficam ali reclamando de quem erra, e quem ganhar, ganhou. É isso… espero que não seja algo pessoal comigo. Mas acho que todo mundo passa por isso. O jeito é ignorar mesmo. 


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Foto: Reprodução/LTA Sul Flickr.

Confira, abaixo, mais trechos da entrevista com a jungler Juny.

Você é a maior campeã da Ignis Cup. Como foi pra você ser o nome mais vitorioso desse passo a frente do cenário inclusivo de LoL?

Ah, foi muito bom, porque o cenário inclusivo — acho que até no auge dele, no comecinho — eu achava muito desvalorizado, por assim dizer, pelas pessoas importantes do cenário no T2 e no T1, sabe?

Mesmo que você fosse o melhor no cenário inclusivo, você não tinha tanta visibilidade, não tinha um grande reconhecimento. Então, se você fosse a melhor, ainda assim não era bom o suficiente. Mas, ao mesmo tempo, você não podia ser a pior. Você tinha que ser o melhor mesmo assim. Mesmo “não sendo bom”, você tinha que ser a melhor.

Então eu fiquei muito feliz, porque era o que eu queria: jogar, ser a melhor em alguma coisa — e isso é muito bom.

Quando você levantou o último título da competição com a Rise, sabia que seria a última Ignis? E como foi 2025 sem o torneio?

Na verdade, a gente achava que ia ter. Acho que a gente pensou que seriam menos edições por ano, mas não sabíamos que ia acabar. A gente só ficou sabendo bem depois, no meio do ano.

Sobre o calendário da Ignis, como não tinha mais campeonato, meio que perdeu o sentido. Na hora em que não havia mais motivos para manter a gente lá — já que ainda estávamos sob contrato — acabamos tendo que jogar o qualifier.

Todo mundo ainda queria jogar, mas não tinha campeonato. Então a gente foi jogar, mas nem treinou pra isso… a gente só foi jogar mesmo.


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Foto de uma das conquistas de Juny (à esquerda) na Ignis Cup.(Foto: Divulgação/Sarkis)

Falando sobre sua chegada na Stellae. Como foi esse processo? Você fez tryouts?

Não teve tryout, porque foi bem no finalzinho da janela, e eles já estavam precisando fechar. Acho que estavam procurando um nome e tal… e aí eu aceitei.

Fiquei feliz, porque quando você vai jogar alguma coisa pela primeira vez, você precisa de alguém que acredite em você. No começo, talvez você não performe super bem — e foi isso que aconteceu. Eu aceitei.

Eu fiz tryout só na Rise mesmo, deve ser porque já estava na org e tal, e eles quiseram testar.

Acredita que essa oportunidade no Tier 2 demorou pra vir, mesmo com o destaque nítido na Ignis?

Ah, então… eu sou challenger desde quando tinha 14 anos. E foi justamente quando eu tinha 14 que o Academy chegou no LoL. Acho que foi em 2019… ou 2020, um dos dois.

Eu lembro que, nessa época, fiz tryout na paiN, logo quando o Academy foi lançado. Só que, com 14 anos — mesmo sendo challenger — eu ainda me considerava alguém que não sabia direito o que estava fazendo. Eu só jogava.

Além disso, eu tinha muitos problemas internos. Eu ainda não tinha transicionado, era muito nova, e me expor tanto na internet ou ir para uma gaming house era algo que eu não conseguia lidar. Eu não corria muito atrás dessas coisas, de imagem e tal.

Lembro que, na época, a FURIA também me chamou para um tryout, mas eu acabei nem ligando muito. Ficava pensando: “Nossa, minha vida pessoal vai atrapalhar muito qualquer coisa que eu queira fazer.” Então, eu só deixei pra lá. E, desde então, nunca mais tive uma oportunidade.


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(Imagem: Divulgação/Ubisoft)

Eles tinham me chamado em 2020, por aí, e eu não liguei, só ignorei mesmo. Achava que não era o momento certo. Porque, assim, acho que qualquer pré-adolescente iria querer, mas eu não estava conseguindo naquele momento.

Depois disso, eu não tive mais oportunidades. Mas eu não sei se foi porque eu não trabalhava minha imagem direito, ou se, aos olhos das pessoas, eu ainda “não sabia jogar”, sabe? Não sei.

Até hoje, também nunca tive um networking legal. Eu não conversava com todo mundo que estava inserido no cenário, então isso acaba dificultando ainda mais conseguir uma chance.

Quando a Ignis apareceu, eu joguei, porque era uma boa oportunidade — e eu já estava há muito tempo sem nenhuma. Só que, mesmo assim, com o passar dos anos, eu não lembro de ter tido mais nenhuma outra oportunidade.

E quando eu falo “oportunidade”, nem falo de realmente jogar, sabe? Eu queria, pelo menos, ter feito um tryout. Acho que não custa nada… só fazer um teste ali, e pronto.

Tipo, quando eu digo isso, não é nem só comigo, não. Acho que muita gente aí está meio sem oportunidade — tanto players novos quanto players que já jogaram, mas não muito, sabe?


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Foto: Reprodução/LTA Sul Flickr.

Como tem sido esse contato inicial com Kalec, Matsu, Wos e Krastyel? Eles te ajudaram a entrar com mais confiança na estreia do CD?

Eu acho que isso não muda muito, porque quando você vai estrear lá, é algo muito individual, sabe? Então, eu não levei isso que você está falando em conta, não. Mas, apesar disso não ter mudado a minha confiança, acho que me deixou bem mais confortável.

Mas, sobre a estreia, eu estava bem nervosa. Não só por nós, que íamos jogar, mas porque era minha primeira vez enfrentando pessoas que já estavam jogando desde o ano passado. Tem toda essa pressão, sabe?

Pelo menos pelo que vi nas redes, tem bastante gente confiando em mim — e confia até agora — esperando que eu me destaque, que eu jogue bem. Isso é muito bom, mas também traz uma pressão.

E também tem aquelas pessoas que torcem para que dê errado. Não sei exatamente o motivo, mas existe.

Por exemplo: eu perco um jogo e já falam “não é à toa que ela estava no inclusivo”, “ela não tem nível para jogar”, sendo que era só o segundo jogo. Tem toda essa pressão. E acho que é por isso que minha estreia não foi tão boa. Os dias em que consegui jogar melhor foram justamente os dias em que eu não estava pensando muito.


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Foto: Divulgação.

Por fim, depois da estreia com a Briar — que resultou na sua primeira derrota com a campeã — e da vitória com o Maokai no dia seguinte, acha que veremos uma versão menos “autoral” da Juny no Circuitão?

Cara, assim… como posso dizer… calma aí, deixa eu pensar. Tá. Eu acho que toda pessoa que vai jogar esse campeonato tem que ter uma champion pool legal e tal, mas todo mundo vai ter seus mains ali.

Os meus mains, que eu mais gosto de jogar, eu vou jogar com eles, sim. Só que percebi que, em MD1 e sem Fearless Draft, é muito difícil de encaixar.

Tanto que, no jogo com a Briar, eu acho que peguei mais pela emoção mesmo, por ser a estreia. Ela era muito ruim contra o que tinha do outro lado, e eu não pegaria se estivesse jogando ranked. Ela era péssima naquela situação.

Sobre a Evelynn, não foi tanto na emoção assim. Eu nem acho que ela era totalmente ruim naquele jogo, mas tinham outros picks melhores.

E, cara, acho que algumas pessoas — talvez até por influência da Ignis — acham que eu só jogo ou só sei jogar com os meus mains característicos. Mas isso não é verdade, porque, se fosse, eu nem conseguiria jogar as scrims. Não ia ter boneco pra jogar.

Como posso dizer… eu quero jogar com esses bonecos, sim. Mas em MD1 e sem Fearless Draft é bem difícil. Eu consigo jogar com outras coisas também, do meta e tal.

Tanto que, sei lá, as pessoas falam “ah, ela só joga de Briar”, mas aí eu jogo com as duas, perco. Depois jogo sem e ganho. É meio contraditório, sabe?

Mas eu vou tentar trazer sim, mais pra frente, quando eu estiver melhor.

Foto: Reprodução/Riot.

Recado final para quem te acompanhou na Ignis e segue acompanhando no Circuitão?

Mano, tipo… o pessoal que me acompanhou na Ignis, que tá torcendo por mim, eu tenho lido muito comentário legal. Sempre que eu entro no Twitter depois das wins, eu vejo muita coisa boa. Eu sei que tem hater, mas, até agora, eu não tô vendo muito — ainda bem.

Todo mundo que tá sendo legal comigo pode ter certeza de que eu tô vendo a maioria das mensagens. Tô tentando dar like em tudo.

Mesmo quando você vai entrar em uma partida e não tá muito confiante, é muito legal lembrar que tem gente torcendo muito por você. Não sei se é porque gostam de mim ou porque acham que eu tô representando alguma coisa ali… mas eu fico muito feliz com todo mundo que acredita e torce por mim.

Acompanhe o Circuito Desafiante 2025

Para não perder nada do principal torneio do Tier 2 brasileiro de League of Legends, acompanhe a cobertura completa do Circuito Desafiante 2025 com calendário de jogos, tabela, resultados, formato e outras informações aqui no Mais Esports.

Foto: Reprodução/LTA Sul Flickr.
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