Desde os primeiros rumores sobre a contratação até a resenha nas redes sociais, é fato: Gryffinn parece ser um match perfeito com a LOUD. Porém, essa é a percepção anterior à estreia do jogador pela equipe esmeraldina — que também marcará sua primeira experiência no Tier 1 de uma liga.
Para conhecer as primeiras impressões do novo jungler da LOUD sobre o Brasil e seus novos companheiros de equipe — com destaque especial para Robo —, além da sua trajetória da T1 Rookies até a LTA Sul 2025, confira a entrevista exclusiva do Mais Esports com Gryffinn:
Como estão sendo os primeiros dias no Brasil?
Sim, sim, estou indo bem. Na verdade, acabei de acordar — faz uma hora — mas estou gostando do Brasil até agora. Quer dizer, só estou aqui há, tipo, duas ou três semanas, quase. Tudo está correndo bem.
Mas, pra ser honesto… eu tenho só jogado League, principalmente. Então acho que vai ser igual, como se eu estivesse em casa. Então, sim, estou aproveitando o Brasil até agora. Tenho gostado do Brasil.
Acho que todo mundo é simpático. Acho legal. Nada mal, nada mal.
Olhando pra trás, pensei inicialmente — nos primeiros dias que estive no Brasil — que não havia água quente, porque eu não sabia como ligar a água quente. Então, tipo, nos primeiros três dias, eu estava apenas tomando banho frio. Eu tava: “Ok, o Brasil não tem água quente, tanto faz.” Mas aí comecei a ligar a água quente e fiquei bem.
Tem gostado da comida?
Bem, pra ser honesto, eu realmente não me importo muito com comida. Tipo, não sou fanático por isso — eu como só pra ficar satisfeito. Então posso basicamente comer quase qualquer coisa.
Pelo que vi, a comida brasileira é majoritariamente arroz com carne, e eu cresci comendo muito arroz, porque sou vietnamita. Então carne e arroz, tranquilo. Feijão também… parece que tem muito feijão aqui. Mas feijão tá de boa pra mim.
Feijão é tipo… qualquer coisa, sei lá. É ok, mas não é horrível. Então, no geral, a comida tá boa.
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Quando vemos de fora, parece que você combina muito com a LOUD, por se importar com o contato com os fãs e cuidar da imagem. Você pensa o mesmo?
Sim. Quer dizer, eu sempre pensei assim: nosso trabalho como jogador profissional é, obviamente, competir, certo? Jogar bem.
Mas também tem o que eu considero o “trabalho secundário”, que é interagir com os fãs. Porque, tipo, no fim das contas, os fãs são a única razão pela qual você está onde está em primeiro lugar, certo? No esports, os fãs são a razão pela qual você pode fazer o que faz pra viver.
Então, eu sempre pensei: “Ah, se eu fosse um jogador profissional, eu estaria sempre ativo, pelo menos um pouco.” Porque dá pra ser ativo, sabe? Os treinos ocupam, digamos, seis horas do dia… Sim, depende, pode ser de seis a oito horas por dia.
Mas ainda assim, você tem o resto do dia pra, sei lá, pelo menos postar alguma coisa nas redes sociais, fazer uma stream.
Então, eu sempre pensei que, se algum dia eu me tornasse um jogador profissional, eu ainda estaria, tipo, um pouco ativo, porque acho que é meio que nosso dever. Quer dizer, não é “dever” — essa não é a palavra certa.
Não acho que os jogadores devem algo sempre, mas… você deveria fazer isso. Porque também é benéfico pra você, certo? Então, é isso.
Vi que você jogou na T1 Rookies. Como foi a experiência de jogar na Coreia do Sul?
Sim, joguei na Coreia do Sul. Fiquei por pouco mais de um ano, tipo… um ano e alguns meses, não lembro exatamente quanto. Você ainda era bem jovem, né? Quantos anos você tinha?
Quando entrei, eu estava prestes a completar 17 anos. Então eu tinha 16 na época, e acho que fiz 17 no mês seguinte. Acabei ficando lá por pouco mais de um ano, talvez três ou quatro meses a mais.
Sim, foi bom. Foi muito bom. Acho que só o fato de poder jogar na SoloQ coreana já é um luxo. Você evolui muito com isso. Em muitas coisas, no geral. Tipo… a SoloQ coreana, comparada com qualquer outra — inclusive a SoloQ do Brasil — é muito melhor. Então, poder jogar lá por quase dois anos foi, definitivamente, uma bênção.
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E você não fala coreano, certo?
Sim. Então, eu não falava coreano. As pessoas achavam que eu era coreano, mas não sou. Sim, fui contratado por um time coreano, mas sou americano-vietnamita.
A diferença é que eu tive que aprender um pouco de coreano. Fazia, tipo, uma hora de aula por semana. Mas as pessoas superestimam muito, em termos de jogo, a quantidade de coreano — ou de linguagem no geral — que você realmente precisa saber pra jogar.
Se você parar pra pensar, muitas das calls dentro do jogo precisam ser simples, bem curtas. Tipo, uma palavra só: “vai”, “volta”… Coisas assim, você aprende fácil. Até chamadas um pouco mais detalhadas, como “TP atrás”, são muito fáceis. Você não precisa montar frases longas pra se comunicar de forma eficaz.
Então, nunca senti que a comunicação fosse um problema tão grande. Depois de alguns meses aprendendo coreano, já estava tudo certo.
E acho que a diferença aqui na LOUD é que todo mundo fala inglês — e fala bem. Tipo, o RedBert é muito bom em inglês, o Robo também. E, sinceramente, os coreanos da LOUD são melhores em inglês do que meus ex-companheiros de equipe na T1, basicamente.
Então, é como se eu estivesse apenas falando inglês normalmente. Nem parece que sou o estrangeiro, porque estou só falando inglês, sabe?
Você mencionou que é vietnamita. Acompanha algo da liga de LoL de lá, a LCP?
Não, eu realmente não acompanho a liga vietnamita.
É meio engraçado, porque um grande motivo — tipo, de como minha família começou a me apoiar — é que meus pais, no começo, não me apoiavam muito enquanto eu crescia. Eles são asiáticos, né? Então ficavam tipo: “Por que você está jogando?” “Você tem 13 anos, vai estudar.” E eu era um aluno nota A. Então eles falavam: “Concentre-se só nos estudos.”
Mas uma das razões pelas quais eles começaram a me apoiar de verdade foi depois que atingi o rank-1 aos 16 anos, começaram a sair uns artigos em vietnamita… tipo, dando hype pra mim, escrevendo sobre mim e tal.
E como meus pais sabem ler em vietnamita, eles viram aquilo e ficaram tipo: “Uau, meu filho é o GOAT!” Aí eles passaram a me ajudar bastante e começaram a me apoiar de verdade.
Mas, no geral, eu realmente não acompanho tanto assim o cenário vietnamita.
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Como está sendo a experiência de conhecer os fãs brasileiros nas redes sociais?
Quero dizer… pra ser honesto, eu acho que é algo de que eu gosto. Acho que é melhor ter fãs engajados.
Quando você é um jogador profissional e está jogando, você quer pessoas que esperam algo de você. Se você está jogando bem, quer receber elogios. Se está indo mal… não é que você queira receber hate, mas também não quer fazer feio.
Ter fãs engajados é como colocar uma pressão em você mesmo — e, pra mim, isso é uma coisa boa.
Eu já disse isso algumas vezes: isso me faz sentir responsável por algo. Pelo tanto de trabalho que coloco nisso, sabe? Não posso fazer pela metade. Não posso virar e falar: “Puts, não me esforcei tanto quanto deveria.”
Porque, no fim das contas, a quantidade de trabalho que eu coloco será diretamente proporcional à recompensa que vou colher. Então, isso me faz sentir responsável — pelo esforço, pela performance, por quão bem eu jogo.
Acho isso melhor do que estar em um cenário onde ninguém se importa com você. Porque, se ninguém se importa, você também não se sente responsabilizado pelas suas ações.
Como tem sido as primeiras interações com o Robo, que é um cara muito vitorioso e competitivo?
Então… eu ouço muito isso — ouvi bastante, principalmente sobre o Robo. Mas estou feliz, porque estamos só nas nossas primeiras semanas jogando juntos, né? Ainda estamos na fase de lua de mel.
Mas assim, eu não sou uma pessoa tímida. Sou muito extrovertido e tenho bastante confiança na minha habilidade. Mesmo sendo minha primeira vez jogando numa liga Tier 1, quando eu tinha 16 anos eu já poderia ter jogado a LCS, se quisesse — caso eu não tivesse optado por ir pra T1.
Na época em que entrei na T1, tive que fazer scrims contra times do Worlds — até mesmo contra a própria T1. E também contra times como PSG, CFO, GAM… Então, eu me sinto bem confiante quanto ao meu nível competitivo.
Sobre o Robo, tem muita gente falando: “Ah, ele vai te deixar dementado” — essas coisas. São comentários que vejo por aí. Mas, pra ser sincero, acho que todo mundo da equipe, e o Robo especialmente, tem sido super amigável, muito gente boa mesmo.
Também sou bem aberto a feedback. Gosto de apontar erros — tanto os meus quanto os dos meus colegas — e já falei isso pro Robo. Acho que ele é bem recíproco nesse sentido. Talvez a imagem que ele tem online passe uma ideia errada — de alguém mais arrogante — mas, na real, acho ele uma pessoa humilde.
E, obviamente, ele quer melhorar. Todo mundo aqui quer. No fim das contas, estamos todos com o mesmo objetivo: vencer. Então não vejo esse tipo de problema que falam por aí.
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Como está sua confiança para disputar o título da LTA Sul?
Sobre minha confiança… Eu ainda não sei 100% como vai ser até jogarmos no palco. Mas já fizemos vários treinos — scrims — e enfrentamos muitas equipes que o pessoal considera como “times de ponta”.
Quando olho pra nossa evolução, como eu disse, na primeira semana de treinos a gente estava bem mal. Não tínhamos nem técnico ainda. Aí, no primeiro dia da segunda semana, o nosso treinador chegou.
Desde então, já se passaram duas semanas de treinos com ele, e eu estou bem mais confiante.
Mas, como falei, ainda não dá pra ter certeza total até a gente jogar no stage. Porque scrim é scrim — não dá pra comparar totalmente com o palco.
Mesmo assim, estamos evoluindo bem, tendo boas performances, e isso me deixa otimista. Ainda não dá pra dizer com 100% de certeza, mas estou realmente confiante.
Última mensagem para os fãs?
Sim… Quer dizer, sou muito grato por todo o apoio, de verdade. E espero que a gente consiga alcançar nossos objetivos.
Obviamente, estou confiante na nossa capacidade, mas, como venho dizendo, não vou estar 100% até jogarmos no palco. Porque se eu simplesmente disser que vamos ganhar antes mesmo de disputar uma partida oficial, seria arrogante, né?
Mas, sim — estou confiante.
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